O YouTube se tornou um dos impulsionadores da Economia Criativa no Brasil e no mundo. Dados da Oxford Economics mostram que, somente nos Estados Unidos, o ecossistema criativo do YouTube gerou US$35 bilhões para o Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2022. E influenciadores brasileiros passaram a apostar na internacionalização de seus canais para se tornarem conhecidos mundialmente. O lançamento dos canais na versão espanhola de suas estrelas do gaming brasileiro, Athos e Lopers, são bons exemplos disso: em apenas 80 dias, o canal de Athos teve 1 milhão de inscritos e mais de 80 milhões de visualizações, e o de Lopers, mais de 100 mil inscritos e 15 milhões de visualizações.
Percebendo a necessidade crescente dos influencers brasileiros em apostar na tecnologia como aliada para a expansão de negócios, a Curta, hub de entretenimento voltado a influenciadores multiplataforma, está investindo em estratégias para a internacionalização de conteúdo e exportação de influenciadores. A empresa utiliza tecnologia de clonagem da voz dos próprios influenciadores, por meio de Inteligência Artificial, para criar estratégias completas de divulgação de canais de seus influencers com dublagem em inglês e espanhol. Além dos canais de Athos e Lopers, outros influenciadores que já apostaram na estratégia internacional, como Spike Bricks, canal com apenas dois meses, 1,5M views e 20 mil inscritos; e o novíssimo Gamer Costa, canal internacional que existe há cerca de um mês e já possui 45 K views.
Conforme elabora Pedro Gelli, sócio-fundador da Curta, “o YouTube brasileiro ainda não leva os criadores à monetização que um canal americano, por exemplo, levaria. Aqui, os ganhos de RPM (Receita a Cada Mil Visualizações) são muito menores do que nos Estados Unidos, por exemplo, o que mostra uma oportunidade de negócios e uma urgência em internacionalizar canais brasileiros”, explica o executivo. No entanto, Gelli alerta que a ideia não é inserir o vídeo em inglês dentro do canal brasileiro do influenciador, mas sim criar um canal novo no idioma em questão e toda a estratégia de divulgação em outros países, para que eles possam monetizar também fora do Brasil.
Por enquanto, há vídeos sendo traduzidos e adaptados para o inglês e o espanhol, mas a Curta não descarta a possibilidade de ter em sua estratégia outros idiomas no futuro, como o japonês, por exemplo. A Curta enxergou a crescente tendência de canais internacionais serem dublados para o português e notou um gap no mercado, pois até então, poucos youtubers brasileiros se aventuraram neste território e conseguiram fazer a migração do conteúdo do português para outros idiomas. Assim, a empresa resolveu dar esse passo. De acordo com Lucas Continentino, sócio-fundador da Curta e responsável pela área de vendas da empresa, “isso abre novas oportunidades de trabalho e parcerias para esses profissionais, que podem alcançar um público ainda maior”. A expectativa é que a solução da Curta traga mudanças importantes para o cenário de entretenimento e exportação de conteúdo trazendo a possibilidade de atingir bilhões de pessoas a mais.