Em 2020, um estudo global destacou a representatividade de gênero no ambiente de trabalho, focando em diversas profissões ao redor do mundo. Entre os setores examinados, a tecnologia emergiu como um campo com notável potencial para diversificação. Revelações feitas durante o evento Women in Tech, organizado pela CA Technologies, evidenciaram que apenas 8% das posições de desenvolvimento em tecnologia são ocupadas por mulheres, ressaltando a oportunidade de crescimento e inclusão neste setor vital.
Na opinião de Patrícia Suzuki, diretora de Recursos Humanos da Catho, marketplace que conecta empresas e candidatos que estão em busca de trabalho, os padrões sociais levam a inconscientes coletivos que, infelizmente, tendem a demorar para serem ressignificados. Segundo ela, a representatividade dentro das organizações é uma das formas de reforçar que as mulheres podem e devem realizar tarefas que antes eram exclusivamente executadas por homens.
Ela salienta que as empresas têm papel fundamental no desenvolvimento de programas de capacitação e inclusão das mulheres em setores predominantemente masculinos. E conta que a própria Catho criou o Programa Develas, voltado para a formação de mulheres em desenvolvimento Web Full Stack.
Patrícia comenta que essa não é a primeira iniciativa que a Catho faz em prol das mulheres no mercado de trabalho. Em 2020, a empresa criou o projeto “Essa Cadeira é Minha”, com o intuito de acender o debate sobre a equidade de gênero no mercado de trabalho.
A empresa também é signatária dos Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEPs), estabelecidos pela ONU Mulheres e pelo Pacto Global na luta pela igualdade de gênero.
Develas
Realizado em parceria com a Escola de Programação ADA, o Programa Develas disponibilizou e financiou 25 bolsas para um curso online sobre o tema, capacitando as alunas a ingressar no mercado de trabalho de tecnologia.
De acordo com a executiva, a procura por profissionais de TI cresce de forma acelerada, o que significa que a disputa por talentos está acirrada. “Enxergamos uma oportunidade excelente para fomentar políticas de inclusão e redução da desigualdade de gênero no segmento, onde a presença masculina predomina”, afirma ela.
Patrícia afirma que o projeto da Catho tem como objetivo mudar a vida das mulheres, proporcionando-lhes mais acesso a oportunidades de trabalho. “Esse é o caminho do desenvolvimento pessoal e coletivo. Afinal, promover a igualdade de gênero dentro das empresas é estimular avanços na sociedade como um todo”, reflete ela.
O curso foi 100% financiado pela Catho e contou com conteúdo robusto e customizado pelos líderes da área de TI da empresa, que realizaram um acompanhamento próximo das estudantes. Depois de formadas, elas foram contratadas para iniciar em suas carreiras na área de Desenvolvimento da Catho.
“Nosso intuito é mostrar que há espaço para as mulheres atuarem em todos os segmentos. Além do impacto social, este é um programa inovador na área de tecnologia porque abre as primeiras portas”, acredita a diretora.
Na ocasião em que o programa foi realizado, a Catho recebeu 14.225 inscrições. Na etapa de testes, 8.112 mulheres foram aprovadas, e na de entrevistas, 474 passaram. No teste de código, houve 100 selecionadas por meio de uma avaliação direcionada a lógica de programação em tempo real. Ao final do processo, a Catho selecionou as 13 mulheres que hoje fazem parte do time da Catho.
“Queremos que cada vez mais as mulheres tenham espaço e destaque em empresas como a nossa”, diz Patrícia. Ela menciona um estudo realizado pela McKinsey & Company, em 2015, chamado de “Diversity Matters”, que analisou dados de 366 empresas públicas de países e culturas diferentes.
“O resultado foi que a diversidade de gênero dentro das equipes de liderança gera diversos benefícios, sendo um deles a melhora na performance. Isso porque as mulheres possuem diversas qualidades que compõem o comportamento de um bom líder, como por exemplo, inteligência emocional, escuta ativa, habilidade de resolução de problemas, responsabilidade e resiliência”, conclui a executiva.