As relações de consumo têm evoluído consideravelmente nos últimos anos. Consumidores estão mais exigentes e atentos às ações desenvolvidas pelas empresas, tanto em relação à reputação quanto aos processos industriais, embalagens e apresentação dos produtos. Por outro lado, para atender essas expectativas, as organizações têm se dedicado ao desenvolvimento de alternativas que associam sustentabilidade, funcionalidade, inteligência, segurança e design, principalmente, no que diz respeito às embalagens, rótulos e etiquetas.
Entre as tendências que têm norteado o mercado e o posicionamento das marcas, o fator sustentável segue em alta. Embora seja um grande desafio aplicar a sustentabilidade do início ao fim da cadeia produtiva, as empresas buscam, cada vez mais, alternativas viáveis em termos de custo final e valor de produto, que atendam aos protocolos de cuidado com o meio ambiente.
“Por se tratar de uma alternativa mais favorável pela disponibilidade de matéria-prima e agilidade de produção, o plástico ainda seguirá em alta nos próximos anos. O que precisamos desmistificar é a imagem de que o plástico é o vilão, pois o problema está no descarte desse material. Por isso, hoje contamos com plásticos 100% recicláveis, bem diferente do cenário de alguns anos atrás”, destaca Felipe Garcia, professor do curso de Design de Produtos e Serviços do IED (Istituto Europeo di Design) e sócio-diretor da Criatégia, empresa de branding e design.
Ainda de acordo com Garcia, o vidro e o alumínio são boas alternativas, mas, além do custo da embalagem, o processo logístico acaba encarecendo o produto ao consumidor final. “Para que as marcas adotem essas alternativas mais sustentáveis de embalagens, é preciso mostrar ao cliente a causa da empresa. É um processo que demanda tempo, algumas marcas se reposicionam para isso e outras seguem priorizando os preços”, complementa o especialista.
Na Avery Dennison, empresa global de ciência e materiais para rótulos e comunicação visual, grande parte de suas soluções é desenvolvida a partir das premissas sustentáveis. Entre suas metas estão oferecer inovações que promovam a economia circular, reduzir o impacto ambiental causado nas operações e na cadeia de suprimentos, além de atuar com força para o bem, criando valor para todos os stakeholders.
“Dentro do portfólio de soluções sustentáveis, por exemplo, disponibilizamos uma série de produtos que, entre seus atributos, facilitam os processos de reciclagem, utilizam matérias-primas de fontes responsáveis (FSC), possuem conteúdo reciclado ou apresentam significativa redução de materiais para sua produção. Nesse sentido, temos rótulos que se desprendem facilmente das embalagens PET e de vidro, facilitando o processo de reciclagem, materiais biodegradáveis e compostáveis, além de rótulos que suportam mais de 30 ciclos de lavagem, permitindo longa utilização em garrafas retornáveis”, ressalta Renato Rafael, gerente regional de Produtos da Avery Dennison.
Design e funcionalidade
Uma segunda tendência observada no setor de embalagens e rótulos diz respeito à funcionalidade. De acordo com pesquisas realizadas pelos institutos Mintel e MarketVision, 58% dos consumidores buscam por embalagens que podem ser resseláveis, com sistema “abre e fecha”. Dotadas de lacres seguros, garantem maior durabilidade do produto e seu frescor, apontado como fator importante para 82% dos consumidores. Em termos de conveniência, 45% dos compradores procuram por embalagens fornecidas em tamanhos únicos e 40% apreciam embalagens que possam ser levadas a todos os lugares.
Outro fator que deve ser levado em consideração para a escolha e desenvolvimento de embalagens e rótulos é o apelo em gôndola, ou “shelf appeal”. Com tantos produtos ao alcance do consumidor, soluções impactantes são a chave para o sucesso dos negócios. De acordo com estudos, o consumidor leva 2,5 segundos para decidir entre dois produtos no ponto de venda, então, a forma como são apresentados pode ser crucial para essa escolha.
Tecnologia e conveniência
Etiquetas e rótulos inteligentes também estão entre as tendências, tanto para a rastreabilidade e controle dos produtos pela empresa, em toda a cadeia – da linha de da linha de produção à chegada ao consumidor final -, quanto para facilitar a vida do cliente no ato da compra. “As etiquetas RFID tornam mais eficiente o gerenciamento de estoques, oferecem maior segurança para os produtos, permitem a redução de desperdícios e aprimoram a experiência dos clientes nas lojas”, comenta o gerente da Avery Dennison.
Outro ponto é a crescente preocupação com a segurança dos produtos, alavancada pelo atual cenário de pandemia. “Vimos um aumento expressivo da demanda por etiquetas e lacres para alimentos e refeições para estabelecimentos que atendem por delivery. A preocupação com a integridade dos produtos e com a higiene são fatores determinantes para o crescimento dessa tendência”, finaliza Rafael.