Por Patricia Artoni, professora da FIA Business School
A atenção humana é um bem cada vez mais escasso, e o marketing enfrenta um desafio sem precedentes. A recente pesquisa de Reações de Mídia da Kantar 2024 revelou uma queda significativa na eficácia dos anúncios em mídias sociais, sinalizando o início de uma revolução na forma como as marcas se conectam com seus públicos. Este é apenas o começo de uma transformação mais profunda que promete redefinir as estratégias de marketing nos próximos anos.
À medida que avançamos, testemunhamos um salto na personalização do marketing. As tecnologias de inteligência artificial e aprendizado de máquina estão evoluindo rapidamente, permitindo que as marcas criem experiências de marketing hiperpersonalizadas para cada indivíduo. Essas experiências vão além dos tradicionais dados demográficos e comportamentais, incorporando estados emocionais e contextos em tempo real.
Num futuro não distante, veremos as plataformas de mídia capazes de adaptar instantaneamente os anúncios ao humor do espectador, utilizando tecnologias sofisticadas de reconhecimento facial e análise de voz. Ou conteúdos de marca que se transformam dinamicamente com base na localização, clima e até mesmo nos níveis de estresse do consumidor. Esta hiperpersonalização contextual tem o potencial de tornar os anúncios mais relevantes e intrinsecamente valiosos para o consumidor.
A linha que separa o conteúdo de entretenimento do marketing está se tornando cada vez mais tênue. As tendências apontam para um futuro em que as marcas integrarão com harmonia conteúdo e vendas, com oportunidades de compra naturalmente incorporadas às experiências de entretenimento. Por exemplo, com plataformas de streaming oferecendo a conveniência de comprar produtos vistos em filmes e séries com um simples gesto ou comando de voz, sem interromper a experiência de visualização.
O avanço dos sistemas de resposta instantânea tem se mostrado capazes de criar e entregar conteúdo relevante em questão de segundos, baseando-se em eventos em tempo real. O “marketing em tempo real” que emerge desses avanços exigindo tecnologia de ponta e uma abordagem nova para a tomada de decisões de marketing. Estamos começando a ver uma autonomia crescente concedida aos sistemas de IA permitindo-lhes reagir e adaptar-se às mudanças no comportamento e preferências do consumidor.
Olhando para 2025 e além, veremos as marcas dedicadas a criar experiências valiosas, relevantes, convenientes e envolventes. Não se trata apenas sobre tecnologia ou dados. Trata-se da busca pela empatia e a capacidade de criar momentos de valor genuíno na vida dos consumidores. O desafio para as empresas será pensar, planejar, dirigir e implementar ações que se convertam em experiências às quais os consumidores escolherão ativamente dedicar sua atenção. Este não é um caminho fácil, mas é certamente o caminho do futuro para o marketing.