Em um cenário com mudanças climáticas em evidência, a Inteligência Artificial como ferramenta de criação e a possibilidade de modelos híbridos de trabalho, o aprendizado contínuo passa a ser imprescindível. O tão falado lifelong learning se torna real e as empresas se transformam em uma frente de educação poderosa para mudanças na sociedade. Sempre na vanguarda das tendências globais para o meio empresarial, a Sputnik lança a nova edição do estudo autoral Tendências em Aprendizagem Corporativa 2024. A pesquisa, que reúne dados de fontes diversas, aspas de especialistas globais em educação no meio de trabalho e aponta direções para as atuais demandas do mercado, é uma iniciativa da escola de educação corporativa para traduzir os movimentos do agora e do amanhã.
Neste ano, o estudo inédito traz o metaskillingcomo grande destaque. Essa tendência já surgiu no report do ano passado e, agora, se fortalece, com um melhor entendimento sobre o que representa no contexto das organizações. Ela consiste em uma prática que retroalimenta o upskilling, desenvolvimento de habilidades já adquiridas, e o reskilling, aquisição de novas habilidades para funções substancialmente diferentes, propondo uma nova reflexão sobre o aprender. Além disso, o material aponta a atenção à neurodiversidade, o quiet ambition – falta de ambição dos profissionais, que estão declinando de promoções em prol de manter o bem-estar – a escassez de talentos, o slow learning, a transdisciplinaridade e as métricas para mensuração de aprendizagem, como temas dignos de atenção.
“A aprendizagem corporativa virou causa não só das lideranças preocupadas em desenvolver a cultura e o clima dentro das organizações, mas do próprio colaborador, com mais intencionalidade e autoconsciência sobre a sua jornada e o autodesenvolvimento. Atualmente, elaborar uma estratégia anual que não contemple a aprendizagem é algo desalinhado com o futuro”, explica Mariana Achutti, fundadora e CEO da Sputnik .
Confira, abaixo, as 6 tendências em aprendizagem corporativa que a Sputnik elenca nesta vasta pesquisa proprietária:
1 – Empresa-escola – É sabido que a educação corporativa sempre impulsionou o engajamento de times com o trabalho e a empresa, mas essa regra agora tem um novo viés, que é o investimento. A intencionalidade do colaborador na aprendizagem – uma das tendências apontadas pelo estudo em 2023 – vem agora também na outra direção: a intencionalidade da liderança em formar seus pupilos. Isto é, as empresas estão investindo mais e melhor em termos de esforços, tempo, dinheiro e energia para qualificar os profissionais. Além disso, é um investimento em todos os níveis hierárquicos. Por conta disso, instituições tendem a se tornarem empresas-escola, fornecendo serviços aos seus clientes, mas com um papel formativo com seus colaboradores.
2- Personalização – Com desdobramentos em conceitos como aprendizagem sob medida, customização de conteúdos, slow learning, microlearning e nanolearning, esta prática traz luz ao conceito de adaptação de conteúdos. “As companhias e líderes precisam estar cientes que um mesmo modelo não serve para todo mundo. A partir desse conceito, os conteúdos deixam de ser herméticos e estanques, e passam a atender aos times e colaboradores de forma mais personalizada por meio de jornadas desenhadas de acordo com a real necessidade do grupo e da empresa”, destaca Achutti.
3- Transdisciplinaridade – A atenção ao mundo atual, às metas corporativas e novas habilidades requeridas pelo mercado é tarefa de todos. Como um intercâmbio de disciplinas, aqui se reforça que todos aprendam, por exemplo, sobre sustentabilidade, DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão), marketing, vendas, Customer Experience e investimentos. Além disso, que estejam atentos às metas como a redução da pegada de carbono e a transição energética, entre outras, exigindo que profissionais de diferentes origens adquiram novas habilidades e conhecimentos. “Cada vez mais teremos profissionais generalistas. Isso está alinhado ao conceito de polimatia que sintetiza sermos excepcionais de diversas áreas do conhecimento”, enfatiza a CEO.
4- Multiplicidade de Recursos – Nesta tendência, destaca-se como as empresas estão redefinindo o blended learning, buscando eficiência na aprendizagem por meio de formatos online e offline e adaptando-se a cada necessidade de formação com diferentes formatos. Os colaboradores estão sendo expostos a conteúdos de diversas fontes e formas, ampliando suas experiências de aprendizagem. “Propomos trocar o conceito de ‘cursos’ por experiências, excluir as leituras de PDFs e trazer estudos intencionais e mudar a mentalidade de ‘treinamento’ para qualificação”, explica Achutti. O aprender coletivamente, também como social learning, entra aqui como uma prática que vai além do aprender, tornando-se parte da cultura e reverberando em todas as outras áreas do negócio.
5- Mensuração – Aqui, tangibilizar a aprendizagem corporativa também passa pela mensuração dela. Avaliar a experiência de trabalho dos colaboradores, através de mecanismos proprietários de avaliação de competências, perfil psicométrico, conclusão de minicursos e certificados online, entre outras formas de adquirir métricas que traduzam a situação dos times, são cada vez mais utilizadas pelo RH, e as lideranças como um todo, para entender o impacto do investimento em jornadas de aprendizagem.
6 – Metaskilling – Tendência apresentada no estudo de 2023 da Sputnik, ela ganha mais protagonismo para este ano e além. É a busca por uma melhor habilidade de se qualificar e absorver conhecimentos com eficiência e a compreensão sobre o aprender – o novo “aprender a aprender”. Consiste em um novo patamar do upskilling e reskilling, aplicado como um aprimoramento do processo cognitivo na qualificação profissional. O metaskilling acontece a partir de diversas abordagens que incluem todas tendências vistas acima. Incentivar que as pessoas reflitam sobre o conteúdo e criem conexões profundas entre o que aprenderam e as suas funções no trabalho; personalizar jornadas para perfis diversos; promover uma cultura de estímulo ao foco e oferecer recursos são componentes da macrotendência de metaskilling.
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