Era meados de 2010 eu começava a faculdade de jornalismo na USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) e todos os professores pareciam ter uma palavrinha (ou lição a ser ensinada) em comum: networking.
Networking. Contatos. Redes de Relacionamentos. Todo mundo falava isso sem parar. Mas eu não entendia: o que é isso? como construir essa rede? de onde vou tirar esses contatos? Não entendia ainda como funcionava, mas isso não saia da minha cabeça.
Por definição do dicionário Networking é uma palavra em inglês que indica a capacidade de estabelecer uma rede de contatos ou uma conexão com algo ou com alguém.
A parte teórica eu já tinha entendido, mas como criar essa rede na prática? Fui o que aprendi e pratiquei de 2010 até hoje. E, meus amigos, parece mesmo que deu certo.
Como o networking começou…
Acontecia na faculdade um evento chamado Foco que era um Fórum de Comunicação com duração de 1 semana com palestrantes todos os dias, para falarem sobre assuntos diversos. Certa feita, assisti uma palestra com um especialista em sustentabilidade. Aquilo fazia tanto sentido pra mim que no final resolvi conversar com ele, dizer que tinha gostado, parabenizá-lo pelo trabalho. Conversamos quase meia hora, ele me deu um cartão e disse.
“Guarde o meu cartão querida, Regine. Nunca se sabe quando você vai precisar de um especialista em saúde pública, não é mesmo?”.
Semanas depois algum professor passou como lição de casa criar uma matéria que falasse de práticas sustentáveis. O que podemos fazer no dia a dia para ajudar o meio ambiente, etc. Eu precisava de uma pessoa para entrevistar, alguém que entendesse muito de sustentabilidade. E então achei o cartão do especialista na minha bolsa, não pensei duas vezes e mandei um e-mail.
Não sei porque cargas d´água ele lembrou de mim, mas fiquei feliz. E consegui uma entrevista exclusiva que deixou a minha matéria bem embasada e me rendeu uma nota 9,5. Sorri para eu mesma e pensei: “Que comece o networking”.
Com o tempo fui colecionando cartões e contatos. De palestrantes que passavam pela faculdade, dos professores que me ensinavam alguma coisa, dos profissionais que fui conhecendo nos estágios e locais de trabalho. Foi assim. É assim. Até hoje.
Aprendi que a essência do networking não é só você procurar uma pessoa quando tem interesse ou mesmo só adicioná-las no linkedin. O verdadeiro networking só faz sentido mesmo quando ele é de verdade. Quando você cria conexão de afinidade com determinadas pessoas. Quando essa pessoa te agrega em algo, te ensina algo novo e vice-versa. Quando existe uma admiração pelo trabalho, pela personalidade, pela forma de pensar, agir ou enxergar o mundo.
Networking são as pessoas que vamos conhecendo no decorrer da vida e nos identificando por vários motivos. Hoje em dia, tenho muitas pessoas na minha rede. Pessoas que sei que posso contar e que contam comigo. Compartilhamos de pensamentos, sensações, experiências de vida. A troca de aprendizado é constante. De informação. De risadas. De conversas e cafézinhos.
Dizem que um Q.I (quem indica) é tudo. Que faz toda a diferença em muitas profissões em comunicação isso é muito forte. Desde que me formei em 2013 até hoje, nunca me vi desamparada ou sozinha. Sempre tinha alguém tentando ajudar, torcendo por mim. De uma forma ou de outra. Acredito muito na força do networking como uma corrente do bem. Um dia você ajuda uma pessoa. No outro dia aquela pessoa ajuda outra. E assim a energia do ajudar o próximo se espalha. E uma vez que você joga isso no universo, meus queridos, isso se propaga. E volta. Tudo para você.
Alguns amigos mais próximos brincam: “Mas você é a rainha dos contatinhos, Ree. Sempre conhece alguém”.
Acho engraçado e isso não acontece por eu ser famosinha, blogueirinha, nem nada do tipo. Mas porque sou sensível e atenta a tudo ao meu redor, a todas as pessoas que passam pela minha vida, em épocas diferentes, de formas diferentes, com propósitos distintos. As pessoas estão aqui, aí, lá. Por toda parte. Só precisamos nos conectar uns com os outros. Networking pra mim são as pessoas que passaram, passam e passarão pelas nossas vidas. Talvez você precise ajudá-las, talvez elas que vão ajudar você.
Se eu pudesse resumir em algumas dicas como criar (e cultivar) um networking seria:
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Se interesse pelas histórias das pessoas com carinho e empatia. Todo mundo tem uma história para contar.
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Adicione aquelas pessoas que você assistiu ou conheceu numa palestra/evento nas redes sociais e converse. Comente que se identificou ou o motivo de ter gostado. Não é “puxar o saco”, é apreciar o trabalho de um colega de profissão.
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Depois de adicionar essas pessoas, acompanhe as postagens, vale curtida, coração, interação. Converse. Comente.
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Tente puxar assunto por inbox, contar um pouco do seu trabalho, trocar ideias, experiências sobre o setor. Afinidades unem pessoas. Propósitos também.
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Convide para um café (ou no contexto da quarentena) para uma vídeo chamada. Se aproxime, crie laços. Conecte-se.
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Tenha um perfil ativo no linkedin com as suas ideias, seus textos, seu portfólio, seu trabalho. Seus pensamentos, sua forma de ver o mundo. Compartilhe o que pensa, seja visto, notado, lembrado.
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Não force situações, nem faça bajulações. As pessoas gostam de ser admiradas, não vigiadas, muito menos importunadas. Precisa ser sincero e, principalmente, recíproco.
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Mantenha relações com pessoas que conhece em cursos, com professores, colegas de trabalho. São pessoas que conhecem outras pessoas. Todos podem fazer parte de uma grande rede.
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Seja receptivo, simpático, mas acima de tudo, verdadeiro. Não se pode fingir ser algo que não é. Networking não é sobre “forçar a barra”, é sobre o quanto você consegue cultivar boas relações. No trabalho e na vida.
E se quiser começar comigo será um prazer conversar com você. Estou sempre pronta para ouvir e contar boas histórias. Meu linkedin: https://www.linkedin.com/in/regine-luise/
Um beijo e até a próxima.