Ser um CMO não é tarefa fácil. O marketing está sempre mudando, e essas mudanças trazem grandes desafios. Contudo, entre todas as responsabilidades, tem um desafio que se destaca como o maior de todos, pelo menos na minha experiência.
O verdadeiro desafio de todos os CMOs que conheço é a criação de uma equipe de marketing. Parece simples, mas vou te dizer: é um negócio complexo e cheio de desafios.
Um bom time de marketing é feito por pessoas excepcionais. Mas eu não falo apenas de habilidade técnica, falo de achar quem combina com a cultura da empresa, quem compra a ideia e os valores. Pessoas experientes que são flexíveis a se adaptar à cultura do negócio são muito difíceis de encontrar.
Por isso, no meu processo de seleção, sigo 4 passos: Escolha certa, tempo de integração, tempo de avaliação e confiança.
Escolha certa
O maior desafio é formar o time, mas tudo começa no processo de seleção. No meu processo seletivo, eu uso uma metodologia usada no livro Sonho Grande de Vicente Falconi, se chama PSD.
P – Poor
S – Smart
D – Deep desire to get rich
Basicamente, se traduz por “pobres, espertos, com muita vontade de ficar rico”. Esse é um perfil muito procurado, pois pessoas que coincidem com esses requisitos, geralmente são muito mais produtivas. Isso é pelo fato de terem um propósito e saber lidar com o que surge até alcançar seu objetivo.
Tempo de integração
Quando a pessoa chega no meu time, ela fica em um tempo de integração. Como a V4 atua em alto desempenho 100% do tempo, é preciso entender se a pessoa vai se integrar ou não.
Chamo de tempo de aculturamento, onde a pessoa vive o ambiente, fala com pessoas, entende o propósito do negócio. Esse tempo varia entre 3 a 6 meses.
Tempo de avaliação
Após 1 ano de empresa, você sabe que tem uma pessoa confiável do seu lado (pelo menos na maioria dos casos). Mas esse tempo de avaliação, é justamente entender se a pessoa tem as skills técnicas necessárias além da cultura da empresa.
Afinal, não faz sentido uma pessoa querida pelo time, mas que não entrega resultados. Por isso, faço um PDI (Plano de Desenvolvimento) pessoal para CADA UM do time, acompanhando diariamente. Assim, é possível saber os resultados e como a pessoa está evoluindo para alcançar seus objetivos. Porque só assim, todos saem ganhando.
Jornada de confiança
Durante todo o tempo da pessoa na empresa, ela vai ganhando confiança com o time. É hora de avaliar se ela tem uma jornada positiva ou negativa na empresa. Se agrega além do técnico não apenas para o time, mas no relacionamento com o líder.
Por isso, o líder tem que ter:
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Frequência de contato;
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Volume de contato;
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Intensidade de contato.
Assim, é possível criar uma relação legal com a pessoa que trabalha com você. É importante lembrar que, mesmo em cargos de liderança, o relacionamento com o funcionário é um caminho de 2 vias. Por isso, manter o contato é crucial.
O fator game changer do negócio
Quando assumi o risco de tocar o time de marketing como CMO, foi um grande desafio. Eu não tinha ideia de como fazer isso, e um prazo apertado: 3 meses para apresentar resultado, ou o Dener procuraria alguém do mercado para assumir o cargo.
Mas não vou me estender nisso. Se você quer saber mais sobre essa história, acesse: O que aprendi em 2 anos liderando a equipe de marketing da V4 Company – ABC da Comunicação
Foram muitos erros que me fizeram crescer e entender cada vez mais como funciona o negócio. Atualmente estamos batendo recordes em números, e o principal aprendizado que tiro disso é que nada disso seria gerado se o time não fosse integrado 100% com a parada. Falo de sair na chuva e não ter medo do granizo.
Muitas pessoas em cargos de liderança podem olhar para onde estão e pensar que, como líder, o funcionário deve fazer apenas o seu e a opinião do líder é irrefutável. Só que, cara, não é bem assim.
Por mais que você seja o head de alguma coisa, não significa que seu time é apenas a “hand” do processo. A equipe precisa ver propósito no que faz, só assim é possível fazer com que, além de jogar junto, entendam o jogo, de fato.
Confiança é a base
Mas como fazer isso? Falo de motivar o time, engajar e agir junto com o time, não apenas deixar em palavras.
O time precisa confiar em você a ponto de identificar algo errado e não ter receio de falar. E você precisa confiar no time a ponto de delegar tarefas sem medo, pois sabe que há uma equipe capaz de executar com precisão. O principal é a confiança.
O que vejo bastante no mercado são profissionais que não assumem erros. Errar é da natureza humana, e não significa que um cargo de gerência está isento disso. Você vai errar sim, o ponto chave é o que fará após isso: Vai entender o erro ou botar a culpa no seu time?
Além disso, é MUITO importante entender que, por mais que o time seja um coletivo, cada pessoa ali é única. O papel do líder é entender isso, seja qual for sua área de atuação.
Você precisa enxergar com uma visão ampla e traçar estratégias para motivá-los de forma única. É se demonstrar confiável para que possam se abrir com você, e não que falem mal pelas suas costas.
No final das contas, o marketing digital no geral é como um jogo, onde quem tem o melhor time vence. O time precisa treinar, evoluir e ser habilidoso, mas nada disso é conquistado se não houver confiança.
Portanto, como CMO, entendi que o verdadeiro diferencial está na capacidade de liderar uma equipe que não apenas trabalha junta, mas entende o jogo. Deixo a reflexão: Na sua jornada como líder, você está construindo um time, ou pessoas unidas por um propósito comum?