O 5º Fórum GP começa com Ramon Oliveira, CEO do Instituto Mestre GP, idealizador do evento, exaltando os novos momentos vividos pela humanidade e em como o mercado de Comunicação e Publicidade vem mudando ao longo do tempo.
A abertura do evento tem início com o Professor Clovis de Barros Filho, doutor e livre-docente pela ECA da USP, autor de mais de 15 obras, inclusive o best seller “A vida que vale a pena ser vivida”. Em sua breve apresentação, ele discorre sobre os aprendizados proporcionados pelo período de quarentena, exaltando que os conteúdos se tornaram essenciais, não havendo mais espaços para vidas paralelas.
Na segunda palestra do dia, Eduardo Zanelato – Head de Cultura e Comunicação na Mutato explanou sobre o que influencia os aspectos organizacionais das empresas e em como o clima correto de cada companhia é fundamental para o desenvolvimento e bem-estar das pessoas e do trabalho que elas fazem. Para tanto, citou os quatro principais processos transacionais transformadores do ambiente: a cultura, a missão estratégica da empresa, o comportamento da liderança e a estrutura da companhia.
Com exemplos claros e vídeos exemplificativos, Eduardo ilustrou seu ponto de vista quanto às mensagens humanitárias e tão necessárias em tempos de pandemia.
Após esta visão sob o prisma da humanização, a meditação foi a temática, em palestra ministrada por Moira Malzoni – Co-Fundadora do Moved By Mindfulness. Com o discurso de que as técnicas de mindfulness aumentam a clareza mental e a presença para fazer escolhas mais conscientes, Moira promoveu até uma experiência de meditação para que todos os participantes percebessem como o mindfulness revigora os sentidos, através da percepção do ambiente, com os sons, ruídos, temperatura, iluminação, o tempo e o espaço.
Depois desta imersão, Monica Szanto – diretora de RH da DPZ&T, falou sobre Gestão de desempenho, visando um maior engajamento de pessoas em torno de desenvolvimento e crescimento individual, melhorando a performance de gestores, equipes e refletindo nos resultados das companhias.
Mesclando aspectos de produtividade com sensibilidade, Karen Hada, Diretora de Operações na F.Biz e Carol Miltersteiner, escritora e consultora, apresentaram a pauta sobre a tão falada, mas pouco conhecida, Síndrome de Bournout – e como essa patologia influencia o desempenho dos profissionais. A saúde mental de colaboradores em geral, foi amplamente discutida tendo em vista todo o crescimento das empresas e a pressão do dia-a-dia. Ambas mostraram que a demanda dos tempos atuais, especialmente neste momento de pandemia, acaba desencadeando uma apatia e impotência dos profissionais que são acometidos pela Síndrome de Bornout, tornando necessário um olhar menos calcado na valorização de um workaholic (na qual só é bem sucedido quem está sempre ligado no profissional) e mais inserido no conceito de compaixão e entendimento, priorizando a boa relação interpessoal e a empatia da empresa, como um todo, em prol da criação de relações saudáveis no ambiente corporativo.
Já Carlos Coutinho, autor do livro ‘a tríade da competência’ e gerente executivo de inovação na BRF exaltou a busca pelo aprendizado contínuo, independente da fase da vida, idade, e realizações até o momento, garantindo que o que realmente importa é aprender o máximo possível para se desenvolver e chegar à sonhada performance.
“Aprendemos continuamente na vida. E, na pandemia, isso está cada vez mais forte. Quem acelerar sua curva de aprendizado para se adaptar ao novo cenário, sai na frente em termos competitivos”, disse.
Em sua concepção, os comportamentos chamados de mindset fixo – no qual a pessoa acredita que seu conhecimento vem do nascimento, e o mindset contínuo – no qual o talento se desenvolve com o tempo e esforço fazem parte da vida de todos seres humanos, mas buscar pelo aprimoramento exaltado no mindset contínuo deve ser a meta para uma vida mais plena.
E finaliza citando as três principais macro competências profissionais capazes de mudar a trajetória de uma carreira: liderança, método e conhecimento técnico, formando uma tríade de alta performance – em perfeito equilíbrio.
Gabriel Lima, autor do livro ‘líderes digitais’ – palestrou sobre impacto virtual e novas possibilidades. Após entrevistar 21 líderes brasileiros, Gabriel Lima chegou à conclusão de que – atualmente – as pessoas, como um todo, estão vivendo sob o impacto de poderem fazer qualquer coisa de forma virtual; o que favoreceu o surgimento de novas possibilidades e escalas que permitiram o processo transformacional na sociedade e na economia.
Com o surgimento do Covid19, as plataformas que já proporcionavam uma economia digital, tiveram seu crescimento ainda mais acelerado, obrigando as pessoas a buscarem pela interação digital. Gabriel salientou a falta de preparo das empresas tradicionais para se desenvolveram neste novo cenário, discorrendo sobra impacto refletido neste novo tempo, como o aumento do desemprego, mas também numa mudança positiva quanto ao formato dos trabalhadores, citando como exemplo os free lancers; o que modificou todo um modelo de negócio e direção de estratégias, tornando tudo muito mais fluído.
Aline Rossin, sócia e VP de client services na ℓiⱴε falou sobre desafios de gerenciamento à distância; do medo, da coragem e da ação necessárias para manter a cultura de uma empresa ativa no meio remoto.
Com o modelo de home office instalado muito antes de começar a pandemia, a Live fez muitas pesquisas e implementou um comitê para mapear todos os processos necessários ao novo estilo empresarial. Na palestra, Aline explicou como foram feitas organizações de documentos e arquivos, o treinamento dos funcionários e todo o envolvimento do departamento de TI e os líderes do RH, fundamentais para a manutenção da cultura da empresa.
Salientou que todos os aspectos individuais foram levados em consideração, bem como instituído um sistema de acolhimento e até mesmo do que chamaram de “bolsa home office” para ajudar – financeiramente – os funcionários a melhorarem seus ambientes em casa, finalizando com a importância de ter uma visão individual e coletiva para enriquecer a cultura da empresa, assim como seu fortalecimento.
Na palestra seguinte, João A. F. Andrade, Chief human capital officer na Briviadez, demonstrou através dos pilares da Briviadez como se tangibiliza a cultura de uma empresa no meio remoto.
Segundo ele, a cultura de uma empresa pode ser encarada em como cada colaborador age dentro da companhia, quando ninguém está olhando e a pandemia, escancarou tudo isso, já que todos passaram do dia para a noite, a trabalhar de casa.
Com 7 pilares bem definidos, João exemplificou como a Briviadez se preparou nos últimos dois anos para o serviço que denominou como 100% nômade, ou seja, com pessoas atuando de vários locais, com flexibilidade de horários e de onde quiserem.
Focados no tema desta liberdade gerada pelo trabalho nômade, Fábio Trindade – chief revenue officer e Guilherme Morgado – european operations, ambos da Digital Business, falaram sobre Cultura Ágil e como este modelo de gerenciamento chegou para envolver profissionais em todas as etapas de um projeto, gerando um resultado muito mais efetivo.
Com objetivos traçados no cumprimento de metas e finalização de trabalhos, Fabio e Guilherme exaltaram que a Cultura Ágil tornou-se referência no aumento da velocidade e transparência dos processos, além do sentimento de importância pessoal, com responsabilidades e interação entre as pessoas.
Partindo da premissa da liberdade, produtividade e efetividade, a palestra ministrada por Dani Mattos e Verônica Dudiman, do Indique uma Preta, se voltou para que haja – também – um novo olhar para a diversidade no mercado de trabalho.
Com dados que mostraram nitidamente o desnível entre mulheres negras e ocupação de liderança no mercado publicitário, provocaram a audiência com questões para que puxassem em suas memórias quem eram as pessoas que fizeram parte de suas vidas, como colegas de escola, de faculdade, da academia e do trabalho, respondendo elas mesmas que nunca tinham sido lideradas por uma mulher negra.
Em meio a dados de uma inédita pesquisa, mostraram que há muita demanda para este target e que não ser racista, não basta, tem que ser antirracista, capaz de promover mudanças reais em todos os ambientes, promovendo a representatividade atuante, não só da porta pra fora, mas também, da porta pra dentro.
Finalizando o dia de palestras, David Laloum e Jaqueline Travaglin – CEO e Diretora Geral de Operações na Y&R, respectivamente – falaram sobre cultura projetizada e o equilíbrio entre processos e liberdade profissional.
Implementada na Y&R há alguns anos, ambos disseram que o maior desafio encontrado foi fazer o equilíbrio entre os processos e a democracia, em meio à facilidade do trabalho livre, trazendo a necessidade absoluta de que esta tão sonhada democracia precisava ser mais estruturada.
Ainda que complexo, este é o modelo que a Y&R escolheu e, hoje em dia, está inserida num contexto de que deve-se viver sob a gestão do próprio tempo e demanda, já que todos os profissionais têm que internalizar um pouco da função de gerente de projetos, sob um ponto de vista mais prático e humano, enraizado em uma cultura de pensar no próximo.
Com a vantagem que este modelo traz de eficiência, rapidez e economia, finalizaram que independente de qualquer tipo de gestão, o trabalho é permanente sob a análise da qualidade interna, mas – também – junto ao cliente, com uma curva de amadurecimento feita a quatro mãos, o que é muito diferente do que se praticava há pouco menos de cinco anos.
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