Por João Oresten – Head de estratégia e Nicoli Klenki – Head de Redação da Annexo
Qual é a primeira coisa que vem à sua mente ao falar sobre rebranding? A mudança de logo é o fator mais marcante, afinal, o visual é um dos pontos-chave da marca. Mas você sabe as etapas que complementam esse processo?
A estratégia por trás
O rebranding se inicia por um reposicionamento estratégico, com insights essenciais para manter a relevância e a competitividade da marca no mercado. Em um cenário onde as transformações culturais, econômicas e tecnológicas acontecem em alta velocidade, as empresas sentem necessidade de se reinventar e se adaptar à nova era. Segundo uma pesquisa da Prophet, 66% das marcas que passaram por rebranding veem um aumento na percepção positiva dos consumidores e no reconhecimento de marca, o que reflete diretamente em crescimento de receita e participação de mercado, mas nem sempre um rebranding é visto como positivo; por isso, é preciso saber o momento certo de mudar de fase. Marcas como Pepsi e X (Twitter) passaram por um rebranding nos últimos anos e geraram debates entre os consumidores, provando que a mudança é sempre acompanhada por fortes reações. O rebranding, se bem executado, permite que a empresa alinhe sua comunicação com seus valores, objetivos e as expectativas dos consumidores. Ele funciona como uma ferramenta de ajuste, colocando como ponto de foco a mensagem que a marca quer transmitir ao mercado e fortalecendo seu posicionamento.
A Identidade Verbal no processo do rebranding
Dentro do posicionamento estratégico, e além da mudança visual, um aspecto pouco comentado, mas de extrema importância durante o processo de rebranding, é a Identidade Verbal da marca. O rebranding não é apenas sobre o que a marca parece, mas também sobre como ela soa. É como se fosse uma trindade que faz a marca completa: Estratégia, Identidade Verbal e Identidade Visual.
Uma boa comunicação reforça a história que a marca deseja contar
No rebranding, o universo verbal é fundamental para a consistência em todas as interações da marca, garantindo que todas as mensagens reflitam o novo posicionamento e se diferenciam da concorrência.
Alguns dos aspectos que podem compor essa identidade, são: naming, manifesto, mensagem da marca, tagline, slogan, tom de voz, semântica, estilo de texto, sons, jingles… toda e qualquer forma de comunicação.
Com tudo bem definido, a marca se torna mais humanizada e cria uma conexão mais profunda com o público. Além disso, essa identidade pode (e deve) ser aplicada em todos os canais, seja ele um spot de rádio, campanhas, uma postagem no LinkedIn, Instagram, ou até mesmo na interação com o cliente.
O processo de rebranding envolve uma análise profunda da percepção de mercado, da proposta de valor e da capacidade de adaptação da marca. Segundo a McKinsey, empresas que investem em uma estratégia de rebranding eficaz podem aumentar suas margens de lucro em até 25%. Quando feito com base em uma estratégia bem definida, pode acelerar o crescimento da empresa, atraindo novos públicos e criando oportunidades de negócio. Além disso, esse processo também pode ajudar a empresa a superar crises de reputação ou dificuldades em se comunicar de maneira eficaz e clara, como apontado por estudos de mercado.
Por fim, uma pergunta fundamental que qualquer marca pode fazer antes de iniciar um rebranding é: “Estamos comunicando nossa essência de maneira autêntica?”. A transformação deve ter como objetivo não só agradar visualmente, mas garantir que os valores da empresa estejam refletidos em sua nova identidade.
Quando comunicação, design e estratégia andam juntos, como propomos na Annexo, o impacto vai muito além da aparência.