Em meio ao debate sobre acabar com isenções tributárias de compras feitas no exterior com valores abaixo de US$ 50 (cerca de R$ 256, na cotação de maio), as plataformas do setor de Importados, que seriam as mais afetadas pela mudança, cresceram pelo terceiro mês seguido, chegando ao melhor número desde novembro de 2023.
De acordo com o Relatório Setores do E-commerce, da Conversion, os Importados hoje representam 7% do total de acessos de todas as plataformas online, com visitas provenientes, sobretudo, via web, seja por desktop ou mobile.
Em abril, foram 170,6 milhões de visitas únicas, o que representa um aumento de 0,9% em comparação a março. O último desempenho superior a esse, naquele mês, foi de 202,5 milhões, muito impactado pela Black Friday.
O setor é fortemente marcado por empresas asiáticas, como as chinesas Shein e Aliexpress que, juntas, somam 139 milhões de acessos — ou seja, representam 82% dos acessos no setor de importados.
Apesar disso, o maior crescimento foi de outra chinesa. Com alta de 31,3% mensal, a Made in China entrou para os dez e-commerces internacionais que os brasileiros mais visitam, na décima posição.
Com o fenômeno “chu hai (出海)”, que traduz o movimento de empresas oriundas da China em se tornarem globais, atualmente comércios eletrônicos chineses dominam 50% do ranking de importados do relatório, com as seguintes empresas: Shein (1º), Aliexpress (2°), Alibaba (5°), Banggood (8º) e Made in China (10°).
Créditos: Conversion/2024
Para Diego Ivo, CEO da Conversion, é importante que as empresas sejam ouvidas na discussão tributária. Apenas negócios habilitados no Programa Remessa Conforme (PRC) possuem a isenção atual, pagando uma taxa de 17% do ICMS.
“Os e-commerces estrangeiros, que competem com os brasileiros sem a mesma carga tributária, estão impactando fortemente a indústria e o varejo no país, então creio que seja necessária alguma isonomia de tributos”, opina, Diego.