O brasileiro dedica, em média, 9 horas e 13 minutos por dia às redes sociais, segundo o relatório “Digital 2024: 5 billion social media users”, da We Are Social e Meltwater. As plataformas — como o WhatsApp, Instagram, Facebook, TikTok e Youtube — se tornaram não apenas um espaço de interação, mas um ambiente onde o processo de compra se inicia. “As mídias sociais são quase um espaço de escape para o usuário, o primeiro ‘destino’ nos pequenos intervalos do dia, e isso tem gerado novos diálogos com as marcas”, destaca Rebeca Duarte, Branding & Design Executive Manager da Adtail.
Durante eventos como a Black Friday, o fenômeno do social commerce, que une redes sociais e comércio digital, ganha destaque, transformando a forma como os consumidores descobrem, se engajam e compram produtos. “O social commerce permite que as marcas capturem a atenção do público de maneira mais fluida e natural. A descoberta de produtos se torna mais orgânica, e a jornada do cliente pode passar rapidamente da conscientização para a conversão, pulando etapas do funil tradicional de vendas”, afirma Rebeca.
O Instagram, TikTok e YouTube se destacam como as plataformas mais eficazes para essas campanhas. Enquanto o Instagram oferece diversidade de formatos e recursos para vendas, o TikTok tem se mostrado uma rede poderosa para influenciar decisões de compra por meio de conteúdo gerado pelos usuários. O YouTube, embora menos focado em funcionalidades de compra direta, ainda é a plataforma preferida para avaliações mais detalhadas e unboxing de produtos, além de ser um espaço crescente para transmissões ao vivo, como as lives de Black Friday.
Conexão perfeita
Uma das principais vantagens do social commerce é a capacidade de integrar entretenimento e vendas de maneira fluida. As marcas não estão mais apenas “interrompendo” o conteúdo dos usuários com promoções, mas sim entrando nas conversas relevantes dentro das redes sociais. “O segredo está em não ser intrusivo, mas adicionar valor à experiência do usuário, criando conteúdo que se encaixe de forma natural no fluxo das redes sociais”, explica Rebeca.
As campanhas de Black Friday também se beneficiam do engajamento ampliado por influenciadores e criadores de conteúdo. Eles ajudam as marcas a humanizar suas campanhas e criar uma conexão mais forte com a audiência. As lives, por exemplo, têm sido uma ferramenta poderosa ao trazer um senso de urgência e imersão que contribui diretamente para o aumento das conversões.
O social commerce também tem impulsionado novas tendências de consumo, como a importância da prova social e da decisão coletiva. “Hoje, vemos mais consumidores se conectando a produtos e marcas com base nas recomendações de outros usuários, sejam influenciadores ou pessoas comuns. Isso fortalece o conceito de confiança e transparência, tornando a experiência de compra mais colaborativa”, afirma a especialista.
No entanto, adotar a técnica de comércio eletrônico não é uma tarefa simples. Rebeca alerta que as marcas precisam ir além de ofertas e descontos. “O grande desafio está em criar conteúdo relevante e contextualizado. Usar a rede social apenas como uma vitrine de preços e promoções não é o suficiente. As marcas precisam criar uma narrativa que envolva o consumidor”, conclui.