Não só pelas marcas e tendências de moda, mas também por uma mudança social percebida nos desfiles, a SPFW N53 marca uma nova era das passarelas brasileiras.
Há anos se discute quão inclusiva a moda poderia ser. Dado o fato de que modelos magérrimas, medindo pelo menos 1,80m e seus biotipos exclusivos não representam a real consumidora das marcas, parece que enfim chegamos num ponto onde esse padrão de beleza não é mais a única saída para levar as coleções ao conhecimento do público.
Na última semana de moda brasileira, além de novos estilistas preenchendo o Line-up, foi possível ver a forte presença de celebridades e influenciadores ocupando as passarelas.
Esse movimento reforça não só um novo posicionamento das marcas, que buscam maior conexão com o consumidor, como também a mudança que o mundo digital trouxe, que é a ascensão de “pessoas comuns” a espaços antes ocupados apenas por quem tinha o privilégio de ser selecionado para estar ali.
A internet teve impacto na famosa democratização da moda.
E que resultados isso traz para as marcas?
Bem, como consultora de imagem posso afirmar que as chances de venda aumentam significativamente a partir do momento que a cliente se identifica com a modelo que veste o look.
O desejo de pertencimento é parte do ser humano, a era digital tem relativa importância tanto no aumento desse desejo como – em sentido contrário – no esvaziamento dele, visto que os padrões de beleza tem sido questionados na mesma força e proporção que se espalham os procedimento estéticos.
A celebridade e influenciador que pisa na passarela de uma semana d moda tão importante como é a SPFW N53 tem uma função especial, que é não apenas contar ao mundo a história da coleção idealizada pelo estilista, mas se colocar como porta-voz de um público antes deixado de lado.
E assim vemos nascer uma nova forma de criar, expor, vender e consumir moda.
A pergunta final é apenas uma: e o que farão as modelos “tradicionais” e “padrão”? É o fim da profissão?
Acho pouco provável, mas esse é assunto para outro texto.