De acordo com a 30ª Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas, realizada pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), divulgada no segundo trimestre deste ano, o Brasil tem hoje 420 milhões de aparelhos digitais ativos, o que significa, na média, dois dispositivos digitais por habitante, incluindo smartphones, computadores, notebooks e tablets. Se analisados apenas os números de aparelhos de smartphone, são 230 milhões de celulares ativos no País.
Para entender a importância destes números, basta olhar para o lado. Facilmente irá encontrar alguém com o aparelho na mão. E, na maior parte dos casos, é possível apostar (e ganhar!) que as pessoas estarão conectadas em alguma rede social. Neste cenário, muitas empresas já entenderam a relevância de proporcionar sites responsivos, ou seja, que se adequem facilmente a visualização por estes aparelhos. A importância disso é refletida em pesquisa da Stone Temple Consulting, que revelou, em um levantamento que analisou 77 bilhões de visitas a sites, que 55.79% delas vieram do mobile.
Para as empresas que querem surfar esta onda e alavancarem as vendas, é importante prestar atenção em alguns detalhes na hora de criar suas campanhas digitais. No caso dos vídeos, um dos queridinhos de formatos para as redes sociais, Deborah Folloni, CEO da ChiliGum Creatives, plataforma pioneira de automação de produção de criativos em vídeo e imagem, recomenda que o fator número um que o anunciante deve ficar atento é quanto ao formato. “As pessoas usam seus smartphones na vertical em 94% do tempo, portanto, sempre que possível, procure explorar a verticalidade das telas”, diz.
Corroborando esta informação, basta lembrar que, há pouco tempo, o Snapchat divulgou que os vídeos verticais têm completion rates 9 vezes maiores no mobile do que os horizontais. “Talvez essa diferença tão absurda se deva ao fato de que os vídeos são curtos e também porque o player do Snapchat não possui uma timeline para controlar o tempo exato do vídeo, como o Youtube possui, por exemplo”, observa a especialista.
Para ampliar a potencialidade, Debora recomenda usar o formato full vertical nas proporções 9:16, ou também o short vertical nas proporções 4:5 e 2:3, para aproveitar melhor a tela do smartphone. “Só não esqueça de verificar a compatibilidade dos formatos com os placements onde for utilizar o vídeo para que nada importante seja cortado”, adverte.
Em segundo lugar, a executiva recomenda pensar no áudio do vídeo. “Muitas pessoas assistem vídeos sem som, até mesmo como uma forma de otimizar o tempo: se a imagem não prende a atenção do usuário, ele não vai nem querer ouvir a mensagem. Para garantir que o seu conteúdo seja transmitido, use mão do recurso das legendas”, orienta, complementando que é importante que a fonte utilizada para a legenda seja legível para o usuário. Preste atenção à cor e ao tamanho também.
Até mesmo o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, também já debateu, no ano passado, sobre a potencialidade dos vídeos para o marketing digital. É possível encontrar referências a ele sinalizando que, mais do que “mobile first”, o futuro seria “video first”. Deborah também acredita que haja muito espaço para o crescimento do formato, especialmente aqui no Brasil. “Ainda há uma série de investimentos em infraestrutura a serem feitos pelas companhias de Telecom (afinal, muitas cidades do país estão longe de ter uma conexão como a de São Paulo, por exemplo), para podermos entregar conteúdo em conexões cada vez melhores – o que é essencial, quando falamos do formato mais pesado de todos em termos de dados. Hoje consigo fazer um live na rua no 4G. Se tentasse fazer isso em 2012, não daria certo! E a tendência é que isso fique cada vez melhor. Ainda tem muito chão até chegarmos nos níveis de conexão da Europa por exemplo, mas por hora, é um bom começo, e nos dá uma excelente perspectiva de crescimento para o mercado de vídeo online”, pontua a especialista.