Cinco anos após a pandemia que manteve os brasileiros em casa, muitas empresas já retomaram integralmente o trabalho presencial. Segundo elas, essa decisão visa fortalecer o contato entre os funcionários e fomentar um ambiente mais colaborativo.
Outras empresas, no entanto, optaram pelo modelo híbrido, exigindo a presença dos colaboradores no escritório duas a três vezes por semana para promover interação e acompanhar o desempenho da equipe.
Conversamos com algumas agências que adotam diferentes formatos de trabalho para entender suas perspectivas:
Fred Castro, CEO da Agência UGAH
“Acreditamos que o modelo remoto pode ser uma vantagem para empresas que buscam reduzir custos fixos e operar com mais flexibilidade financeira. Além disso, ele proporciona conforto e segurança tanto para colaboradores quanto para freelancers.
No entanto, não vemos crescimento no conforto. O crescimento, na maioria das vezes, nasce do caos e do desconforto. No setor de publicidade e marketing, lidamos essencialmente com COMUNICAÇÃO, e a comunicação presencial é incomparável. O nível de assertividade, a troca de experiências, os insights e até mesmo a resolução de dúvidas acontecem de forma muito mais intensa no ambiente físico. Isso impacta diretamente na performance e na qualidade das entregas.
Valorizamos o olho no olho, a agilidade na troca de ideias, os ajustes rápidos e as conversas espontâneas—é assim que surgem as melhores ideias. Aqui, todos têm a chave da agência e podem entrar e sair quando quiserem. Alguns até utilizam o espaço para trabalhos pessoais, e isso não nos incomoda. O essencial é manter uma cultura bem estabelecida.
Quando há um verdadeiro senso de comunidade e parceria, as pessoas abraçam o modelo presencial de forma natural. Ele deixa de ser uma obrigação e se torna um ambiente propício para o crescimento, a evolução e até mesmo para o bem-estar, evitando o isolamento.”
Gustavo Ellero, CEO da Agência Insane
“O trabalho remoto tornou-se uma realidade incontornável no setor de agências. A escolha entre adotá-lo, seguir com o híbrido ou manter o presencial depende da cultura de cada empresa, já que todos os modelos podem ser eficientes se bem estruturados. O segredo para o sucesso do remoto ou híbrido está na organização da empresa, com processos claros e ferramentas que otimizem a experiência dos profissionais.
Na INSANE, preferimos o formato híbrido, pois ele nos permite atender todas as demandas sem dificuldades, ao mesmo tempo em que incentiva a troca de conhecimento e o intercâmbio cultural entre os colaboradores. Nossa equipe é multidisciplinar e formada por profissionais de diversas partes do Brasil.
Mantemos nossa sede em São Caetano do Sul, onde realizamos encontros duas vezes por semana para aqueles que moram na região metropolitana de São Paulo. Além disso, temos pontos de atendimento ao cliente na capital paulista e na região de Campinas.
Acreditamos que, quando bem estruturado, o modelo híbrido não só preserva a eficiência do time, mas também enriquece o ambiente de trabalho com diversidade e colaboração—elementos essenciais para a inovação e o crescimento sustentável da nossa agência.”
Com diferentes perspectivas sobre o modelo ideal de trabalho, fica claro que não há uma fórmula única para todas as empresas. Enquanto algumas priorizam o contato presencial como fator essencial para a comunicação e a criatividade, outras enxergam no modelo híbrido a possibilidade de equilibrar produtividade, flexibilidade e troca de conhecimentos.
O que realmente importa é que cada organização encontre a estrutura que melhor se adapte à sua cultura e às necessidades de seus colaboradores. Em um cenário em constante evolução, o sucesso não está apenas no modelo adotado, mas na capacidade das empresas de se reinventarem, garantindo eficiência, bem-estar e inovação no ambiente de trabalho.