Passa despercebido, mas a Copa do Brasil tem um naming rights. A Brasil Foods fechou um contrato de três anos, em fevereiro deste ano, para que sua marca Perdigão desse nome à segunda competição mais importante do Brasil. Em tese, o torneio passaria a se chamar Copa Perdigão do Brasil, nome ignorado por quase 100% da mídia, inclusive pelo desatento autor desse texto no título da notícia.
O Brasil precisa rever drasticamente a maneira como trata seus produtos. O naming rights de torneios tende a trazer retornos baixos para as marcas e esse pode ser um fator preocupante para futuros investimentos no esporte, já que além de desembolsar uma grande ‘bagatela’ para dar nome a um evento, a marca ainda precisa investir pesado para dizer a todos que ela dá nome àquele evento.
Talvez, em breve, as empresas busquem encurtar o caminho, tirando o esporte do meio e simplesmente mantendo a comunicação direta com seu cliente, como já faz em larga escala.
A Europa tem o melhor modelo possível. Os torneios que têm naming rights vendem seus direitos de transmissão com um pacote obrigatório para a emissora que compra. Ela é obrigada a mostrar as marcas que o patrocinam e, inclusive, as próprias emissoras brasileiras já fazem isso aqui quando transmitem essas competições internacionais.
Será que o lobby vai continuar imperando nas relações entre federações e veículos? Até quando o interesse dos veículos vai se sobrepor ao interesse dos profissionais do esporte, ou melhor, dos futuros profissionais do esporte, já que, apesar de evoluindo, ainda engatinhamos rumo a um esporte maduro enquanto negócio.